domingo, 5 de maio de 2019

Dª LINA - REQUIESCAT IN PACE


LINA – REQIESCAT IN PACE

A medida que envelhecemos, passa a fazer parte da nossa rotina a notícia do falecimento de pessoas amigas. Esta semana não foi diferente, fui surpreendido com a morte de Dª Lina Cupollilo Casano.
Italiana de boa cepa nos deixou após ter vivido além dos noventa anos fumando um maço de cigarros ao dia e um litro de uísque por semana.
Oriunda de Paola na Itália, esposa de Ítalo Casano aqui chegaram para premiar São João del-Rei com o melhor da gastronomia italiana.
Em pouco tempo conquistou pela boca e pela simpatia o coração de todos nós. Não sem luta. Trabalhou arduamente fazendo, e mais tarde orientando suas comandadas na cozinha, os diversos pratos servidos naquele restaurante que se tornou uma referência em Minas, a ponto de um amigo meu Consul da Itália dizer que o canelone feito por Dona Lina era insuperável, nem na origem se achava igual.
Os momentos felizes de minha vida são sempre lembrados carinhosamente com um pedacinho da Cantina Calabresa com Dona Lina e Ítalo.
Mesas grandes onde as famílias podiam se acomodar confortavelmente nos tradicionais almoços aos domingos.
Não demorou em que fizesse daquele lugar meu ponto de frequência diária juntamente com minha turma, que não era pequena.
As mesas eram numeradas num papelzinho pregado à parede. Eram dez mesas, logo, a décima era a última com um algarismo em cada papelzinho.
Certo dia o Brás simpático garçom que atendia a mim e ao Judas, por estarmos de pé, perguntou em qual mesa iriamos sentar para tirar a comanda.
Nossa mesa tradicional era a última, nº 10, porém naquele dia o papelzinho que trazia impresso o número 1 caiu restando apenas o 0 (zero) pregado à parde.
Imediatamente o Judas pediu que anotasse na mesa ZERO. Daquele dia em diante estava batizada a mesa que perdurou até o fim de seus dias como a famosa MESA ZERO.
Grandes momentos.
Nesta hora tento deixar a tristeza de lado para homenagear nossa querida Lina, relembrando a alegria e o carinho com que ela tratou a todos nós.
Especialmente por sua família ter me acolhido como amigo.
Tive a honra de batizar a Carla e ser compadre do Claro e da Carmelina.
Ficaram as boas lembranças que permaneceram indeléveis em meu coração.
Pedro Parente
05/05/2019

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