quarta-feira, 18 de novembro de 2020

SAQUAREMA

 SAQUAREMA

Num carnaval nos anos 60, meu amigo Alfredo, o Estradinha, vizinho no Bloco B2 do Edifício dos Jornalistas no Leblon, entre um chope e outro no Garden Bar, convidou-me para visitarmos seu pai morador em Saquarema no Estado do Rio.

Chamei Nerthan e fomos os três para a Rodoviária. Sábado, não tinha mais passagem para Saquarema e tomamos o ônibus de Bacaxá cidade vizinha há alguns quilômetros.

Chegamos no ponto final, descemos e empreendemos nossa caminhada, não sem antes comprar uma garrafa de conhaque Palinha. Nerthan não encontrou o seu preferido Melnhaque. 

Sol a pino conseguimos chegar com o conhaque saindo pelos poros encharcados de suor.

Estrada nos apresentou seu pai. Diferente dele, alto, forte de chapelão, exercia uma função pública no município, acho que escrivão juramentado.

Morava sozinho e nos recebeu com muito carinho e educação Sua casinha era muito aconchegante, de duas águas, muito comum na roça.

Saquarema era uma colônia de pescadores cativante. Não possuía nada de moderno. Cheiro de mar misturado com mato formavam uma essência comum em frascos franceses. 

Inebriante!

Demora pouca. Rumo ao boteco.

Na praia tinha uma birosca na ponta da enseada de pedra onde existia uma casa cuja piscina era alimentada pela água do mar na maré alta. Nunca imaginei.

Internamos ali na birosca e Nerthan com seu violão atraiu a maioria dos pescadores que estavam nas adjacências. Em pouco tempo havíamos amealhado muitos amigos. Ótimos todos simples e solidários. Não sabiam que fazer para nos agradar. Entre eles lembro-me bem do Agulha e do Sabará. Adoravam seresta. A noite foi passando e se tornou amanhecer.

Deitamos numa canoa que estava puxada na praia e dormimos o sono dos justos até que o sol nos acordasse.

O pior de tudo é equacionar a volta para casa, cheio de ressaca e saudade daquele momento.

Nos comprometemos a voltar! E voltamos!

18/11/2020

Pedro Parente


 


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