quinta-feira, 21 de novembro de 2019

OEA

Naquele tempo, durante a ditadura imposta, após o golpe de 64 o Mário Andreazza oficial do Exército Brasileiro, foi nomeado Ministro dos Transportes.
Como titular da pasta, passou a viajar pelo Brasil principalmente pelo interior do nordeste.
Numa daquelas viagens visitou uma dessas cidades que tinha um problema terrível devido ao estado precário duma ponte de madeira elo de ligação aos centros de abastecimento e ao transito de carroças e animais.
O Prefeito da cidade era um cidadão sisudo, austero e muito correto, porém não tinha o hábito de engolir aquilo que não gostava de ouvir.
Recepcionou o Ministro com um banquete na Prefeitura.
Entre comidas e bebidas já com a barriga cheia e a cabeça mais ainda, o Prefeito dirigiu-se ao Ministro:
- Oh! Seu Ministro! Na última vez que o senhor esteve aqui, prometeu que iria construir uma ponte de concreto em substituição daquela que já não passa mais caminhão, causando muito transtorno para nossa cidade.
O Ministro ficou de saia curta e arrumou uma desculpa que lhe veio à cabeça na hora:
- É verdade! Não esqueci, porém ela terá que ser feita com dinheiro da OEA.
O Prefeito envermelhou, se ajeitou na cadeira, meio desconfiado não aceitou a desculpa e retrucou:
- Olhe aqui seu Ministro! Aqui na nossa terra O É O E A É A.
Não tem esse negócio de OEA.
O Andreazza saiu liso que nem quiabo deixando o Prefeito a ver navio.
Vida que segue!

21/11/19
Pedro Parente

sábado, 2 de novembro de 2019

PINDORAMA



PINDORAMA
INESQUECÍVEL - Aqui nessa casa morava a felicidade à beira da Praia Grande na ilha de Mosqueiro no Pará.
Nossa infância, eu e meus irmãos, passávamos as férias usufruindo daquela delícia de lugar.
A viagem era uma aventura. Só chegávamos até a ilha num navio movido a vapor chamado Almirante Alexandrino.
Não havia táxi, apenas um micro ônibus que levava os passageiros do navio até o interior da ilha. Família grande, tínhamos que esperar o ônibus voltar para fretá-lo.
Dali em diante só alegria. Nada de sapato, apenas um calção de banho.
As ruas de terra, pés descalços, pelada na areia, banho de água doce, frutas tropicais e um bom peixe.
Mesa grande, papai, mamãe, cinco irmãos todos homens e cada um de nós levava sempre um amigo.
Não havia geladeira, a comida teria que ser feita diariamente no fogão movido a carvão.
Éramos felizes e tínhamos certeza!
02/11/2019
Pedro Parente