quinta-feira, 31 de março de 2022

ALIANÇA PARA O PROGRESSO

 ALIANÇA PARA O PROGRESSO

“O que foi a aliança para o Progresso? A “Aliança para o Progresso” foi um instrumento criado pelo Presidente John Kennedy com o intuito de conter o avanço do comunismo. Era um programa cooperativo destinado a acelerar o desenvolvimento econômico e social da América Latina, enquanto visava frear a possibilidade de insurreições socialistas, ...” (Wikipédia)

Criado na época da “Guerra Fria” pelos achacadores do hemisfério Norte.

Lembro-me, hoje adulto, daquela época de adolescente, quando ao lado de minha mãezinha apreciávamos o movimento nas docas do Ver-o-Peso em Belém do Pará, pois morávamos ali num sobrado de três andares onde ocupávamos o último. O acesso era através de quatro lances de escada toda de madeira, com degraus altos e largos. 

Mamãe pintava uma tela em seu cavalete. 

Tendo sido formada na Escola de Belas Artes e aproveitando o privilégio do ponto de observação, produziu uma obra de arte que mantenho emoldurada na sala de minha casa.

Observei um movimento diferente e estranho aquele ambiente.

Quatro homens altos, loiros de olhos azuis, portavam uma grande bandeira do Brasil cada um segurando em uma das pontas. 

Arrecadavam joias e dinheiro para financiar seu projeto dos larápios. 

A população dos países da América do Sul teria que pagar o preço do subdesenvolvimento enviando dinheiro e joias para os famigerados assaltantes internacionais, pois ainda não tínhamos o pre-sal.

Naquele tempo éramos possuídos de um alto sentimento patriótico que hoje é muito raro.

Mamãe portadora desse sentimento, com o coração apertado e os olhos marejados tirou de seu dedo anelar da mão esquerda a joia da mais alta estimação marca do seu casamento com seu nome e data gravados no interior, entregou-me e pediu que depositasse na bandeira empunhada por aquele quarteto maquiavélico.

“BRASIL. 

B – bravos R – rapazes A – americanos S – silenciosamente I – irão L – levando” ( Chico Anísio ).

31/03/2022

Pedro Parente


  







quinta-feira, 17 de março de 2022

ENCRUZILHADA

ENCRUZILHADA

A vida passava mansa e alegre sob a proteção da minha mãe que não se cansava de dizer:

- Os pintinhos sob as asas da galinha! 

Sua prole de cinco filhos homens lhe exigia grande trabalho para alimenta-los prazerosamente em um fogão que era uma verdadeira obra de arte em ferro fundido vindo da Ilha da Madeira em Portugal e movido a carvão vegetal.

Cinco adolescentes endiabrados, porém, muito amados. A casa era uma alegria só! Meu velho pai no Banco onde trabalhava dava duro para colocar os mantimentos em casa.

Não percebia que envelhecia e me tornava adulto. As brincadeiras mudando até que comecei a remar precocemente no Clube do Remo em Belém. Apaixonei-me pelo esporte e passei a dormir no Clube pois às cinco horas, antes do Sol nascer os barcos tinham que estar na água, pois os companheiros de guarnição eram trabalhadores e às oito horas teriam que estar em seus empregos.

Vencemos uma eliminatória que nos deu direito de disputar o Campeonato Brasileiro na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro.

Certa noite quando nos preparávamos para dormir o telefone tocou. Era o comandante de um pequeno avião da FAB com cinco lugares e dois pilotos coronéis que estavam completando horas de voo. Aquele avião bimotor havia combatido na guerra e fora adaptado para passageiros.

Teríamos que estar na Base Aérea de Val-de-Cães às cinco da manhã.

Cheio de ansiedade e medo fui para casa dar a notícia a meus pais. 

Mamãe com seu instinto sentia que estava me perdendo. Nem passava na minha cabeça não voltar. Implorando pediu a meu pai que não deixasse. Ele justificou; - Se venceu, tem de ir!

Entre lágrimas me despedi de minha mãe querida!

Maravilhado e seduzido pela beleza do Rio, não voltei.

Quando tentei, senti que não podia mais me soltar das teias que eu mesmo teci.

Voltei várias vezes de férias, mas não cheguei a tempo de atender seus chamados nos últimos suspiros para encontrá-la com vida.

Hoje amargo esse remorso que levarei para a sepultura.

Como consolo constitui uma família com três filhos e cinco netos admiráveis.

Vida que segue!

17/03/2022

Pedro Parente

 

ENCRUZILHADA

A vida passava mansa e alegre sob a proteção da minha mãe que não se cansava de dizer:

- Os pintinhos sob as asas da galinha!

Sua prole de cinco filhos homens lhe exigia grande trabalho para alimenta-los prazerosamente em um fogão que era uma verdadeira obra de arte em ferro fundido vindo da Ilha da Madeira em Portugal e movido a carvão vegetal.

Cinco adolescentes endiabrados, porém, muito amados. A casa era uma alegria só! Meu velho pai no Banco onde trabalhava dava duro para colocar os mantimentos em casa.

Não percebia que envelhecia e me tornava adulto. As brincadeiras mudando até que comecei a remar precocemente no Clube do Remo em Belém. Apaixonei-me pelo esporte e passei a dormir no Clube pois às cinco horas, antes do Sol nascer os barcos tinham que estar na água, pois os companheiros de guarnição eram trabalhadores e às oito horas teriam que estar em seus empregos.

Vencemos uma eliminatória que nos deu direito de disputar o Campeonato Brasileiro na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro.

Certa noite quando nos preparávamos para dormir o telefone tocou. Era o comandante de um pequeno avião da FAB com cinco lugares e dois pilotos coronéis que estavam completando horas de voo. Aquele avião bimotor havia combatido na guerra e fora adaptado para passageiros.

Teríamos que estar na Base Aérea de Val-de-Cães às cinco da manhã.

Cheio de ansiedade e medo fui para casa dar a notícia a meus pais.

Mamãe com seu instinto sentia que estava me perdendo. Nem passava na minha cabeça não voltar. Implorando pediu a meu pai que não deixasse. Ele justificou; - Se venceu, tem de ir!

Entre lágrimas me despedi de minha mãe querida!

Maravilhado e seduzido pela beleza do Rio, não voltei.

Quando tentei, senti que não podia mais me soltar das teias que eu mesmo teci.

Voltei várias vezes de férias, mas não cheguei a tempo de atender seus chamados nos últimos suspiros para encontrá-la com vida.

Hoje amargo esse remorso que levarei para a sepultura.

Como consolo constitui uma família com três filhos e cinco netos admiráveis.

Vida que segue!

17/03/2022

Pedro Parente

quarta-feira, 16 de março de 2022

PIRATAS E CORSSÁRIOS.

 PIRATAS E CORSÁRIOS

Desde a invasão do Brasil pelos bárbaros piratas e corsários, somos saqueados e humilhados por esses bandidos estrangeiros até os dias atuais,

Os piratas agiam por conta própria. Os corsários eram contratados pela coroa da Inglaterra e agiam em seu nome. O produto do roubo em alto mar ia para os cofres da rainha.

A população do Brasil era composta por índios de diversas tribos de cultura muito rica. 

Os proprietários da terra foram dizimados brutamente pois não dominavam o uso da pólvora, dessa forma foram covardemente assassinados em confronto de flechas contra armas de fogo, bacamartes, canhões e etc...

Tristeza! 

Hoje restam poucos e o massacre continua. 

Suas terras invadidas por inescrupulosos garimpeiros, madeireiros e boiadeiros com a conivência assassina do governo federal que até avião cedeu sob o comando do general Heleno, para transportar garimpeiros com destino à reserva indígena.

Avião da FAB custeado pelo contribuinte. 

Revoltante!

O saque continua até os dias atuais de forma mais sofisticada. 

A burguesia burra associada aos bandidos do hemisfério Norte, encontraram uma forma de roubar sem dar tiro, apenas corrompendo os poderes da República.

Entronizaram, através de eleição fraudulenta, um energúmeno e sua súcia da qual faz parte o mentecapto Paulo Guedes responsável pelo Ministério da Economia do qual não entende nada, roubar é seu diploma.

Sobrevivíamos bem chegando a disputar o quinto lugar no ranking das economias mundial com o Reino Unido até a Petrobras descobrir o Pre Sal.

Os abutres do Norte se assanharam. Imediatamente reativaram a sua 4ª Frota Naval para policiar o Atlântico Sul e em conluio com os poderes corrompidos da República levaram o que era nosso, fruto de nosso trabalho e competência quando muitos acreditavam que tirar petróleo a sete mil metros de profundidade seria antieconômico. 

Hoje o custo final do barril extraído pela Petrobras (do que restou) está quase equiparado ao da Arábia Saudita que o óleo está a flor da terra, isto porque o volume produzido é muito grande.

Esquartejaram a Petrobrás e a política de preços praticada sufocou o povo do Brasil enchendo os bolsos dos acionistas estrangeiros.

As ações da Petrobras foram negociadas na Bolsa de NY no governo do FHC sem autorização do povo que se sacrificou para pagar pela sua criação.

Lamentável!

Não tem ninguém por nós. Aqueles que deveriam nos defender, vivem nababescamente comendo lagostas, bebendo uísque, leite condensado tudo custeado pelo Governo Federal.

Nunca na história do mundo se ouviu falar que o avião da Presidência da República transportasse cocaína na sua carga e o que é pior, da comitiva fazia parte o general responsável pela segurança do país.

Conclusão: sobrou para o sargento!

Gasolina custando mais de R$ 11,00 no Acre e ninguém reage.

Dá a impressão que instigam o povo à uma guerra civil.

“Brasileiro profissão esperança.”

14/03/2022

Pedro Parente

  




PRAIA GRANDE

                                         PRAIA GRANDE

 



Numa das minhas idas à Belém visitar minha família, fui direto para nossa casa de madeira na Ilha de Mosqueiro na Praia Grande.

Lá encontrei um velho amigo de infância, já naquela época, oficial da Marinha de Guerra gozando suas férias na nossa “Bucólica” como tratávamos a ilha carinhosamente.

Era um dia muito bonito. Meia maré de enchente, soprava um vento brando do Leste, sol de nove horas. 

Na cabana a beira mar tomávamos umas biritas, quando meu amigo resolveu apresentar seu último investimento, havia comprado uma canoa a vela e bujarrona. 

Aproveitando o vento constante que soprava, convidou-me para darmos um passeio na Baia de Santo Antônio. 

A baia é imensa a tal ponto que do outro lado fica a Ilha de Marajó. Onde estávamos não enxergávamos a Ilha.

Amava navegar e aventuras!

Flávio chamou o piloto e embarcamos na canoa.

A praia estava cheia de adolescentes veranistas pedindo para participar do passeio. Couberam seis.

Içamos a vela mestra e a bujarrona com o vento no través logo tomou velocidade rumando para o Marajó.

Uma maravilha! 

O marulhar na proa do barco e a brisa fresca no rosto salpicada de pequenas gotas de água doce dava a incrível sensação de prazer e liberdade.

Já estávamos muito longe de onde partimos. Não demos conta que a maré estava bem próxima à preamar e quando isso acontece, o vento cessa.

Foi o que aconteceu, Além do mais a maré começou a vazar nos levando à deriva rumo ao oceano.

Os meninos começaram a ficar inquietos pois as mães os esperavam para o almoço.

Pensei que o piloto fosse experiente, mas não era.

A correnteza estava pesada e já estávamos chegando ao fim da Ilha de Mosqueiro quando assumi o comando:

- Daqui não passo! 

Joguei a âncora e o barco parou.

A garotada já querendo entrar em pânico. As horas passando. O Sol já se encaminhando para o ocaso.

Eu sabia que a maré voltaria a encher e com ela vem sempre um ventão bom de velejar o perigo é que não tínhamos faróis de navegação e poderíamos ser esbarrados por outras embarcações.

Deus olhou por nós! De repente armou-se um temporal. Levantamos os ferros, enfunamos as velas e rumamos para a margem.

Foi um alívio imenso.

A garotada varada de fome e ansiosa pelo adiantado da hora, saiu em disparada carreira para casa e o carinho da mamãe.

Na manhã seguinte, todos já descontraídos, o assunto virou galhofa.

16/03/2022

Pedro Parente.