terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

INUSITADO

INUSITADO
Naquele tempo por volta dos anos 70, São João del-Rei vivia tempos áureos detendo, inclusive, o título do melhor carnaval do interior do Brasil. Tendo sido motivo de reportagem na revista Veja.
Era só alegria!
O quarteirão da "Esquina do Kibon" era onde a rapaziada se reunia.
Em época de carnaval o movimento aumentava muito com a presença dos sãojoanenses ausentes que aproveitavam o reinado do Momo para rever a família e os amigos.
Era comum naquela época surgirem figuras folclóricas de cidade. Uma delas nosso querido amigo "Sargento Batata".
Pessoa simpática, muito agradável que todos admiravam.
Durante o ano bebia sua bebidinha parcimoniosamente, tranquilo encostado no balcão da pastelaria do Pedro em frente a Cantina Calabreza.
Certo dia, de folga da caserna, aproveitou que a conversa estava boa, Naqueles dias nublados que o boteco é o melhor refúgio, o Batata foi ficando.
Mais uma e mais outra entremeada com a deliciosa cachaça com mel de fabricação do próprio "Pedro Pasteleiro", esqueceu-se da hora de parar.
A noite já vinha chegando e o Batata atingiu seu limite.
Pagou sua contam despediu-se da turma e partiu com os passos claudicantes próprio de quem está encharcado.
Tomou o rumo do Hotel Colonial onde morava no segundo andar.
Com dificuldade subiu as escadas e dirigiu-se para a janela a fim de ventilar o quarto.
Não sabemos o que aconteceu, A verdade é que desequilibrou-se e caiu para fora do prédio..
Salvou-lhe a vida um toldo de armação de ferro coberto de plástico que amorteceu sua queda.
Quando caiu no chão assustado deu um pulo, bateu a mão no traseiro para limpar a poeira,
Nesse instante, passava no local uma velhinha distraída que ficou imobilisada sem entender o que estava acontecendo, e exclamou:
- O que é isso meu filho?
Na mesma hora o Batata respondeu:
- TAMBÉM NÃO SEI ESTOU CHEGANDO AGORA!
11/02/2020
Pedro Parente

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