UTOPIA
Em tempos pretéritos quando reis e rainhas eram proprietários de grandes áreas de terra, entrincheiravam-se em castelos suntuosos verdadeiras fortalezas inexpugnáveis com sua vassalagem escrava levando uma vida nababesca.
Em volta dos castelos na esperança de obterem restos de comida ou outros pertences acumulavam-se pessoas miseráveis formando comunidades que para sobreviverem alimentavam-se daquilo que plantavam.
Quando a safra era boa estocavam os víveres para o inverno.
Normalmente, a mando do rei sua guarda de soldados a título de cobrança de imposto por uso de sua terra, saqueavam as choupanas daqueles miseráveis sem respeito a privacidade de ninguém.
Se vissem algum jovem moço ou moça levavam pelos cabelos deixando para trás uma cena de sangue e lágrimas das mães. Algumas davam “graças” em pensar que os filhos teriam futuro melhor dentro do castelo passando a fazer parte da vassalagem escrava.
O tempo passou.
A cara do mundo mudou, porém, os costumes e a maldade continuam.
O rei aquartelou-se em Brasília e a seu mando comete todo tipo de crime sem ser admoestado pelo menos.
Não permitiu que o povo se vacinasse no tempo certo deixando um rastro fúnebre de viúvas e órfãos exagerado; covas sendo feitas com máquinas em ritmo alucinante tal o número de óbitos; generais que deveriam proteger o povo, promovem orgias gastronômicas e sexuais com dinheiro público etc...
Crianças e adultos disputando com ratos e urubus comida nos lixões ou correndo atrás do caminhão na esperança de conseguir um osso para matar a fome dos filhos.
Quando pequeno na minha utopia achava que no futuro o mundo seria mais justo e que tudo que fosse produzido pelos brasileiros entre eles seria dividido.
Triste engano!
A fome no mundo se alastra e as previsões são sombrias.
13/05/2022
Pedro Parente