segunda-feira, 9 de junho de 2014

NÃO HAVERÁ CARNAVAL

Assim como não haverá COPA, não haverá também, CARNAVAL. 

O SAMBÓDROMO será transformado em um grande hospital

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O Assalto

O ASSALTO.
Todo bar tem sua peculiaridade. Lá no bairro do Segredo o Bar do Carlito é conhecido pelo rigor de seu funcionamento, principalmente na hora de fechar.  Deu a hora de fechar, não adianta insistir, o freguês recebe a conta num pedacinho de papel muito bem cortado, e fim de papo, pois não quer sacrificar sua mãe que o ajuda com seus deliciosos tira-gostos. O Carlito é uma figura correta e sistemática. A higiene é irretocável. Seu pai e sua esposa, admiráveis, formando uma família exemplar.
O bar não é grande, e é costume a todos os freqüentadores que chegam cumprimentar um por um com um forte aperto de mão.
Pois bem, ali freqüenta uma turma eclética. A maioria de jovens senhores bem sucedidos amigos de longa data, tanto que há mais de dez anos criaram a Turma do Buneko que se reúne todos os meses na residência ou no sítio dos confrades, para comemoração dos aniversariantes.
Segundo “Paulo Buda” um dos decanos: “Tem dias que este bar está um verdadeiro hospício”. Impossível segredo. Todos participam das conversas.
Bar é lugar de gente alegre. Raro encontrar alguém triste e macambúzio. A ordem é alegria.
Num fim de tarde, já escuro, os circunstantes foram surpreendidos por um assalto a mão armada produzido por dois meliantes que chegaram de bicicleta de modelo obsoleto que servia de transporte para os dois. Por aí já se percebe o nível!
Colocaram o revólver na cabeça do primeiro que estava sentado à porta. Segundo o Rodrigo, pelo frio do cano, tratava-se de um “treisoitão”.
Anunciaram o assalto. Ninguém deu papo e a conversa continuou em voz alta.
Meio que desmoralizado, o pivete berrou um palavrão e repetiu que se tratava de um ASSALTO.
A turma atendeu e dedicou o merecido respeito ao ato.
O primeiro a ser assaltado puxou a carteira cheia de dinheiro e na frente do pivete tirou “cincoentinha” e passou ao coletor de espórtulas. Satisfeito dirigiu-se ao próximo. Naldinho, nosso querido amigo de idade provecta com a memória prejudicada pelo mal de Alzheimer, ao ser pressionado pelo bandido, disse: - Não vou dar mais nada. Hoje já dei esmola!
Desconfiado o cara dirigiu-se ao nosso intrépido Comandante de Longo Curso conhecido carinhosamente como Batata. Apontou o revólver e o Batata no auge das suas lucubrações, pensando tratar-se de um isqueiro, prontamente tirou um cigarro do bolso e levou-o até a ponta do cano no intuito de acendê-lo. O cara quase pirou!
Carlito sorrateiramente, esgueirando-se pelo chão arranjou um jeito de comunicar-se com sua mulher na parte de cima do bar que imediatamente, da janela, alardeou que chamaria a polícia.
Ato continuo, os moleques correram e montaram na bicicleta. O comparsa que dirigia o veículo, ainda xingou com um palavrão o garupeiro que quase o derrubara ao saltar afobado na garupa.
Saíram disparados na medida em que a velha bicicleta agüentasse.
Coisas de São João!
Pedro Parente
26/04/2014

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Dei-lhe o nome de FELICIDDE.
Pedro Parente
10/05/2014
 

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Gratidão

GRATIDÃO.
A vida é feita de coisas singelas, que muitas vezes nos passam despercebidas.
Na minha vida de longa estrada, aconteceu um fato muito interessante.
Quando me mudei para cá, casei-me e constitui minha família, sonhava em morar na Estrada Velha das Águas Santas, hoje Avenida Luiz Giarola.
Era um campo em declive, sem qualquer atrativo, porém, desde a primeira vez que por lá passei, alguma coisa me despertou a atenção e o coração bateu mais forte.
Pensei comigo: - Gostaria tanto de ter uma casa aqui neste local!
Tornou-se hábito passar na casa do Seu Juca Gali e sua agradável esposa, saborear um frango ao molho pardo e rebater com saboroso doce de leite. Tudo à sombra das mangueiras. Em seguida prosseguia por aquela estrada de terra, empoeirada e passava em frente ao terreno que tanto me impressionava.
O mundo gira e as coisas acontecem.
Certo dia meu amigo Zequinha que transaciona imóveis, ofereceu-me o tal terreno, pois o proprietário estava disposto a vendê-lo.
Nem acreditei. Fechei na hora.
Em seguida comecei a obra.
Foi levantado um cômodo tosco para guardar o material da obra e, principalmente, proteger o cimento da umidade.
Enquanto durou a obra ficou ali aquele humilde casebre que ninguém lhe dirigia o olhar. A seu lado via erguer-se uma casa nova a quem todos dedicavam atenção e admiravam. Após muito sacrifício a casa nova ficou pronta. Pintada de branco, aí que sobressaia a feiúra daquele depósito de cimento com as lajotas à mostra.
Ao entregar a obra, o responsável falou-me que só restaria derrubar o casebre que servira de proteção para o material da construção e limpar a área.
Protestei. Não deixei derrubar. Por princípio não gosto de desperdício.
Pedi que arrumasse o casebre. Assim foi feito. Colocou telhado colonial. Aumentou dois quartos e uma varanda. Durante anos ficou ali cheio de entulhos.
Recentemente foi desocupado e reformado.
A vida como ela é.
Hoje a casa que era nova está velha e o casebre resplandecente recebendo os olhares e atenção dos que chegam.
Conclusão. Moro nele. Todas as vezes que chego, sinto seu agradecimento por não ter deixado que o demolissem.
De minha parte, até me emociono. Tenho a sensação de ser acolhido pelo seu abraço carinhoso.
Não tem mansão que substitua a emoção de entrar e ser acolhido por um afetuoso abraço da minha pequena casa.
Dei-lhe o nome de FELICIDDE.
Pedro Parente
10/05/2014
 

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Represa de Camargos

REPRESA DE CAMARGOS
Meados dos anos 70, meu sogro adquiriu um terreno às margens da Represa de Camargo.
Não havia nada no terreno. Era apenas um campo de terra ruim e a estrada de acesso muito rudimentar.
As casas de veraneio, também, muito raras, mas a represa estava ali, exuberante, pois estávamos no meio do ano, exatamente quando ela atinge sua cota máxima.
A visão que tive foi incrível, um pedacinho do céu. Silêncio profundo e aquele lago de águas calmas e claras a refletir a luz e o azul do céu. Lindo!
Finalmente um lugar para eu praticar algum tipo de esporte aquático, dado às minhas origens amazônicas. Pensei imediatamente em um barquinho a vela.
Ainda com minha família em formação e as filhas pequenas, achei que ali seria o lugar próprio para nossos fins de semanas. Inicialmente íamos aos domingos por não ter onde alojar minha família. Logo depois, ali foi construída uma modesta casa que nos deu condição de pernoite. Começamos a ir no sábado, algumas vezes na sexta.
Era uma alegria. Tínhamos a companhia invariável da Neuzinha e Pedro Spinelli com suas filhas Mirella e Adriana contemporâneas de Lia e Nara.
Foram dias muito felizes. Inesquecíveis!
Resolvi então, comprar meu barquinho a vela. Liguei para meu velho amigo Duek lá no Rio, pois conhece tudo por lá. Levou-me a uma loja especializada na Rua da Passagem. Chamava-se King não sei mais o que...
Coloquei o barco sobre a Brasília. Carlos ficou no Rio e combinamos umas velejadas no fim de semana seguinte.
Não deu outra! Chegamos cedo à Represa junto com as famílias. Tomamos umas e outras e resolvemos enfunar a vela.
Soprava uma brisa calma vinda do nascente. Como o barco era pequeno e possuía vela grande, deslizava com facilidade com empuxo de qualquer vento.
A represa estava em sua cota máxima. Navegávamos tranquilamente no meio do lago com vento no través. Ao nos aproximarmos dos cabos de alta tensão que passam sobre a represa e por ela estar no limite, a distância da água para os cabos fica pequena.
A mastreação de alumínio e a vela de nylon colocavam nossas vidas em risco. Sem perceber estávamos indo rumo ao incinerador. Viraríamos torresmo.
Quem nos salvou foi a vela de Nylon que zoando denunciou a indução da alta tensão.
Percebemos o perigo, imediatamente cambei o bordo, saímos dali e fomos tomar uma refrescante e calmante cerveja.
Escapamos por pouco. Ufa!
Pedro Parente
04/06/2014


O VELEIRO
Lá pelos idos de 1975, meu sogro comprou um terreno às margens da Represa de Camargo. Adorei a idéia, pois nascido e criado nas águas turvas dos rios que banham Belém e Mosqueiro, sentia muita falta, nas montanhas de Minas, de um lugar onde pudesse praticar meus esportes aquáticos. Optei pela vela.
Liguei para meu bom amigo Carlos, no Rio. O amigo mais antigo, até hoje, que deixei por lá quando ali morei por alegres dez anos. Fizemos uma boa dupla a tal ponto que namorávamos duas irmãs. Era dos “Anos Dourados”. O Rio de Janeiro exalava romance. Os casais ainda dançavam abraçados e quando se amavam bailavam “de rosto colado”. Isto significava comprometimento.
Fomos até uma loja especializada em barcos na Rua da Passagem em Botafogo e lá encontramos um barco de fibra com vela de nylon para duas pessoas. Lindo! Casco laranja, acabamento branco e a vela com faixas largas em diagonal, laranja e branco. Colocamos em cima da minha Brasília que possuía um suporte para carga, porém o barco excedia um pouco o tamanho do carro. Pelas leis do trânsito isso é proibido. Teria que ser sinalizado com um pano vermelho. Resolvi assumir o risco e zarpei pegando a estrada.
Na primeira “barreira” policial, fui intimado a parar. O policial alertou-me que não poderia prosseguir sem sinalizar o excesso da carga com um pano vermelho.
Problema! Onde vou comprar um pano vermelho? Lembrei-me de uma cueca escarlate que estava na minha maleta. Naquela época usava, pois eu não era nenhuma odalisca deslumbrada. Abri a mala e dependurei a cueca na popa do barco. O policial que a tudo assistia com olhar inquisidor, perguntou: - O que é isto? Respondi-lhe: cueca!
Botou a mão no queixo, examinou com cautela, até fez menção de apalpá-la, mas desistiu, pois não sabia se tinha sido usada.
Aí decidiu com firmeza:
- Cueca pode, devolvendo meus documentos, despediu-se:
- Boa viagem!
Pedro Parente
1º/06/2014