MICO
Nesses tempos de
pandemia e reclusão imposta pelas autoridades sanitárias, a rotina em casa da
sala para a cozinha vai nos levando a um cansaço mental deixando-nos meio lerdos,
tanto de movimentos quanto de raciocínio.
Pelo menos é o que
tem acontecido comigo. Estou meio sorumbático e desatento.
Distraído, envolvidos
em pensamentos melancólicos sentado a sala, assustei-me com o toque do
interfone.
Apressei-me em
abrir o portão com o controle remoto para um carro preto bonito dirigido por
uma mulher loura.
Esperei que
estacionasse para atende-la.
Desceu do carro
uma moça loura, de máscara, óculos e uma bandeja nas mãos coberta por um pano
de prato.
Olhei aquilo e
imaginei que a minha mulher tivesse encomendado alguma iguaria para o lanche da
tarde.
Salivei!
Entretanto fiquei
encucado!
Esse confinamento
está botando as pessoas ansiosas devido a incerteza do futuro e a queda de
rendimento pecuniário de todos!
Achei louvável!
Uma moça aparentemente bem situada com porte de gente de fino trato se
sujeitando a vender salgados tipo delivery.
Dirigiu-se em
minha direção e eu sem saber o que fazer com uma das mãos indiquei o caminho
onde se encontrava a patroa.
Sem dizer nada ela
mudou de rumo e dirigiu-se para o espaço que indiquei.
Fui surpreendido
pela gargalhada das duas.
Imaginei: são
intimas!
Apressei-me para
ver de que se tratava.
Sem máscara e sem
óculos, pude reconhecer, minha querida filha Lia com um belo tabuleiro de
pizza.
Infelizmente! Sem
abraço amplifiquei o coro das risadas!
Paguei um tremendo
mico!
13/07/2020
Pedro Parente
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