segunda-feira, 1 de junho de 2020

BAR DA Dª ESTER


BAR DA Dª ESTER
Em 1970 quando deixei o Rio de Janeiro e vim morar definitivamente em São João del-Rei, fui trabalhar numa fábrica de tecidos de grande porte.
Logo fiz amizade com meus companheiros de escritório. Todas excelentes pessoas, entre eles tornou-se meu companheiro inseparável o contador chamado Dudu que tínhamos a mesma idade e os mesmos defeitos, entre eles de gostar de uma boa pinga.
Para nossa alegria, em baixo do escritório, havia o bar da Dª Ester. Uma senhora simpática de sorriso fácil, gentil que com suas filhas trabalhavam arduamente para ganhar o suado pão de cada dia.
Sempre tive uma grande atração por bar, onde tudo se discute e nada se resolve, assim sendo, claro que me tornei frequentador assíduo. Sempre muito bem tratado com alegria e os saborosos tira-gostos feitos ali, quentinhos, na hora.
Certo dia estávamos na nossa mesinha numa conversa animada, quando entrou um cidadão conhecido nosso que estava fazendo sucesso no futebol, vestindo uma roupa estravagante, relógio de pulso, cordão de ouro e já arrastando uma certa marra.
Nos cumprimentou, encostou-se no balcão e falou:
- DONA ESTEU ME DÁ UM ROLABEL!
Fez-se silêncio sepulcral em nossa mesa e uma grande interrogação para a pedido do rapaz.
Que será?
Prontamente Dª Ester foi lá para dentro e nós ficamos na expectativa.
Pensei com meus botões:
- Dª Ester é moradora antiga e já conhece o dialeto do freguês!
Finalmente ela vem lá de dentro empunhando uma garrafa do uísque ROYAL LABEL.
Solucionado o enigma, nos entreolhamos num sorriso maroto enquanto o Dudu com a boca cheia de cerveja, engasgou-se e explodiu numa chuveirada de Brahma na turma.
Fecha a conta!
01/06/2020
Pedro Parente

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