quarta-feira, 24 de junho de 2020

FRAGILIDADE

FRAGILIDADE
Numa dessas manhãs geladas com o sol ainda tímido, aqui onde moro no arrabalde da cidade, meu filho guiado pelo ganido frágil de cachorro novo, foi até a rua e debaixo de uma touceira de capim, encontrou dois filhotes de pouca idade.
Assustados, molhados pelo orvalho, tremendo de frio com olhar de súplica, foram recolhidos pela piedade do Pedro.
Entrou em casa com os bichinhos no colo, agasalhando-os com sua blusa e os olhos cheios d’água.
Deu-lhes de comer e beber, enxugou-os e cobriu-os com uma mantinha de lã.
Lindos os animaizinhos!
O cão é um animal diferente, reconhece imediatamente a quem lhe faz bem. Aqui não foi diferente. Em recíproca, todos da casa ficaram embevecidos com a singeleza e a simpatia dos bichinhos.
Problema!
Tenho duas cadelas. Opção pelas fêmeas porque não abandonam a casa. Os machos, se sentem o cheiro de uma cadela no cio, somem.
A mais velha está cega, diabética chegando ao final.
Não tenho como criar os recém chegados. De coração partido e com muita dificuldade encontrei um lar para uma delas, mas ficou a outra.
Pedro teve que viajar e sabendo que iriamos doar a pequenina, despediu-se aos prantos.
Hoje estou pesaroso! Arrumei um lar para a outra.
Fica a tristeza por perde-la, mas a certeza de que não sofrerá maus tratos.
Que Deus tenha piedade daquele que cometeu a covardia contra essas criaturas indefesas.
VIVA SÃO JOÃO!
24/06/2020
Pedro Parente


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