sábado, 27 de junho de 2020

REFLEXÕES


REFLEXÕES.
No atual confinamento, sem muitas opções dentro de casa, a não ser visitas mais frequentes a cozinha num exercício mórbido para aumentar a circunferência abdominal, me ponho a pensar transportando algumas reflexões para o papel a quatro mãos com minha solidão.
Apesar da monotonia os dias passam céleres como se os ponteiros do relógio virassem pás de ventilador.
Hoje é sábado.
Não percebo mais a chegada dele pois acabaram-se as sextas feiras dia consagrado ao deus Baco protetor dos boêmios embriagados pela volúpia do prazer da bebida, do amor e da alegria aos quais me incluo.
Com minha idade provecta e ameaçado por uma pandemia devastadora, meu futuro é cada dia mais o presente, isto é, meu futuro é hoje pois a areia da parte superior da minha ampulheta, está se esgotando.
Peço licença aos meus amigos para dividir seus ombros e repousar minha cabeça num abraço conivente de tempos felizes vividos em suas companhias.
Hoje faz parte da minha rotina, antes do almoço junto com minha amiga inseparável, sorvê-la lentamente em “pequenas dozes repetidas vezes” como dizia meu amigo Carlinhos Aguiar.
Vou caminhando consciente e resignadamente rumo ao cadafalso inevitável pelos “morituri”.
Ates, porém, dedico a vocês um brinde com a taça da minha companheira neste meu ritual diário.
Tim tim!
27/06/2020
Pedro Parente

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