LINA –
REQIESCAT IN PACE
A medida que
envelhecemos, passa a fazer parte da nossa rotina a notícia do falecimento de
pessoas amigas. Esta semana não foi diferente, fui surpreendido com a morte de
Dª Lina Cupollilo Casano.
Italiana de boa
cepa nos deixou após ter vivido além dos noventa anos fumando um maço de
cigarros ao dia e um litro de uísque por semana.
Oriunda de Paola na
Itália, esposa de Ítalo Casano aqui chegaram para premiar São João del-Rei com
o melhor da gastronomia italiana.
Em pouco tempo
conquistou pela boca e pela simpatia o coração de todos nós. Não sem luta.
Trabalhou arduamente fazendo, e mais tarde orientando suas comandadas na
cozinha, os diversos pratos servidos naquele restaurante que se tornou uma
referência em Minas, a ponto de um amigo meu Consul da Itália dizer que o canelone
feito por Dona Lina era insuperável, nem na origem se achava igual.
Os momentos felizes
de minha vida são sempre lembrados carinhosamente com um pedacinho da Cantina
Calabresa com Dona Lina e Ítalo.
Mesas grandes onde
as famílias podiam se acomodar confortavelmente nos tradicionais almoços aos
domingos.
Não demorou em que
fizesse daquele lugar meu ponto de frequência diária juntamente com minha
turma, que não era pequena.
As mesas eram
numeradas num papelzinho pregado à parede. Eram dez mesas, logo, a décima era a
última com um algarismo em cada papelzinho.
Certo dia o Brás
simpático garçom que atendia a mim e ao Judas, por estarmos de pé, perguntou em
qual mesa iriamos sentar para tirar a comanda.
Nossa mesa
tradicional era a última, nº 10, porém naquele dia o papelzinho que trazia impresso
o número 1 caiu restando apenas o 0 (zero) pregado à parde.
Imediatamente o
Judas pediu que anotasse na mesa ZERO. Daquele dia em diante estava batizada a
mesa que perdurou até o fim de seus dias como a famosa MESA ZERO.
Grandes momentos.
Nesta hora tento
deixar a tristeza de lado para homenagear nossa querida Lina, relembrando a alegria
e o carinho com que ela tratou a todos nós.
Especialmente por
sua família ter me acolhido como amigo.
Tive a honra de batizar
a Carla e ser compadre do Claro e da Carmelina.
Ficaram
as boas lembranças que permaneceram indeléveis em meu coração.
Pedro
Parente
05/05/2019
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