MAZAROPI
Naqueles
tempos quando eu operava o posto de gasolina ao lado do Edifício São João no
centro da cidade de São João del-Rei, mantinha uma equipe grande de
trabalhadores como frentistas, lavadores e acabadores dos carros ali lavados.
Entre
eles havia um especial.
Singular!
Boa
índole, honesto no limite, prestativo e eficiente, porém, elétrico. Apressado
em tudo, no caminhar, no atendimento e principalmente falar. De tão rápido
falar que se entendia apenas parte da frase. Ciente de sua deficiência repetia
tudo várias vezes.
Por
sua semelhança física com o famoso ator brasileiro de comédias
cinematográficas, apelidaram-no de Mazaropi.
Certo
dia a Texaco, proprietária do posto, promoveu o lançamento de novo óleo
lubrificante para moto.
Após
o ritual de lançamento, tudo nos seus devidos lugares com um moderno expositor
entre as bombas, o óleo despertou a atenção dos consumidores ávidos por
novidades.
Aí
é que foi o problema.
Os
clientes curiosos, a toda hora, pediam informações sobre o novo produto.
Mazaropi
ficou inseguro e indeciso, passou a perguntar ao gerente de pista qual a
finalidade e pra que servia o lubrificante.
O
gerente Cabral pacientemente foi lhe explicando repetidas vezes.
Ao
final Cabral atolado de serviço, ajudando a calibrar o pneu de uma camionete Rural
com as rodas impregnadas de barro, já com o bom humor esgotado, chega novamente
o Mazaropi com a pergunta feita durante o dia todo:
-
Cabal, Cabal pra que serve o óleo mesmo? (nunca conseguiu pronunciar Cabral)
Cabral
já com a paciência esgotada, falou:
-
É pra avião!
Na
mesma hora, outra pergunta do Mazaropi:
-
Eles vêm abastecer aqui na bomba, vem?
E
assim o Mazaropi transformou o Posto do Pedrão em Aeroporto do Pedrão.
Pode?
23/07/2019
Pedro
Parente
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