quinta-feira, 5 de junho de 2014

Gratidão

GRATIDÃO.
A vida é feita de coisas singelas, que muitas vezes nos passam despercebidas.
Na minha vida de longa estrada, aconteceu um fato muito interessante.
Quando me mudei para cá, casei-me e constitui minha família, sonhava em morar na Estrada Velha das Águas Santas, hoje Avenida Luiz Giarola.
Era um campo em declive, sem qualquer atrativo, porém, desde a primeira vez que por lá passei, alguma coisa me despertou a atenção e o coração bateu mais forte.
Pensei comigo: - Gostaria tanto de ter uma casa aqui neste local!
Tornou-se hábito passar na casa do Seu Juca Gali e sua agradável esposa, saborear um frango ao molho pardo e rebater com saboroso doce de leite. Tudo à sombra das mangueiras. Em seguida prosseguia por aquela estrada de terra, empoeirada e passava em frente ao terreno que tanto me impressionava.
O mundo gira e as coisas acontecem.
Certo dia meu amigo Zequinha que transaciona imóveis, ofereceu-me o tal terreno, pois o proprietário estava disposto a vendê-lo.
Nem acreditei. Fechei na hora.
Em seguida comecei a obra.
Foi levantado um cômodo tosco para guardar o material da obra e, principalmente, proteger o cimento da umidade.
Enquanto durou a obra ficou ali aquele humilde casebre que ninguém lhe dirigia o olhar. A seu lado via erguer-se uma casa nova a quem todos dedicavam atenção e admiravam. Após muito sacrifício a casa nova ficou pronta. Pintada de branco, aí que sobressaia a feiúra daquele depósito de cimento com as lajotas à mostra.
Ao entregar a obra, o responsável falou-me que só restaria derrubar o casebre que servira de proteção para o material da construção e limpar a área.
Protestei. Não deixei derrubar. Por princípio não gosto de desperdício.
Pedi que arrumasse o casebre. Assim foi feito. Colocou telhado colonial. Aumentou dois quartos e uma varanda. Durante anos ficou ali cheio de entulhos.
Recentemente foi desocupado e reformado.
A vida como ela é.
Hoje a casa que era nova está velha e o casebre resplandecente recebendo os olhares e atenção dos que chegam.
Conclusão. Moro nele. Todas as vezes que chego, sinto seu agradecimento por não ter deixado que o demolissem.
De minha parte, até me emociono. Tenho a sensação de ser acolhido pelo seu abraço carinhoso.
Não tem mansão que substitua a emoção de entrar e ser acolhido por um afetuoso abraço da minha pequena casa.
Dei-lhe o nome de FELICIDDE.
Pedro Parente
10/05/2014
 

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