GRATIDÃO.
A vida é feita de
coisas singelas, que muitas vezes nos passam despercebidas.
Na minha vida de longa
estrada, aconteceu um fato muito interessante.
Quando me mudei para
cá, casei-me e constitui minha família, sonhava em morar na Estrada Velha das
Águas Santas, hoje Avenida Luiz Giarola.
Era um campo em
declive, sem qualquer atrativo, porém, desde a primeira vez que por lá passei,
alguma coisa me despertou a atenção e o coração bateu mais forte.
Pensei comigo: -
Gostaria tanto de ter uma casa aqui neste local!
Tornou-se hábito passar
na casa do Seu Juca Gali e sua agradável esposa, saborear um frango ao molho
pardo e rebater com saboroso doce de leite. Tudo à sombra das mangueiras. Em
seguida prosseguia por aquela estrada de terra, empoeirada e passava em frente
ao terreno que tanto me impressionava.
O mundo gira e as
coisas acontecem.
Certo dia meu amigo
Zequinha que transaciona imóveis, ofereceu-me o tal terreno, pois o
proprietário estava disposto a vendê-lo.
Nem acreditei. Fechei
na hora.
Em seguida comecei a
obra.
Foi levantado um cômodo
tosco para guardar o material da obra e, principalmente, proteger o cimento da
umidade.
Enquanto durou a obra
ficou ali aquele humilde casebre que ninguém lhe dirigia o olhar. A seu lado
via erguer-se uma casa nova a quem todos dedicavam atenção e admiravam. Após
muito sacrifício a casa nova ficou pronta. Pintada de branco, aí que sobressaia
a feiúra daquele depósito de cimento com as lajotas à mostra.
Ao entregar a obra, o
responsável falou-me que só restaria derrubar o casebre que servira de proteção
para o material da construção e limpar a área.
Protestei. Não deixei
derrubar. Por princípio não gosto de desperdício.
Pedi que arrumasse o
casebre. Assim foi feito. Colocou telhado colonial. Aumentou dois quartos e uma
varanda. Durante anos ficou ali cheio de entulhos.
Recentemente foi
desocupado e reformado.
A vida como ela é.
Hoje a casa que era
nova está velha e o casebre resplandecente recebendo os olhares e atenção dos
que chegam.
Conclusão. Moro nele. Todas
as vezes que chego, sinto seu agradecimento por não ter deixado que o
demolissem.
De minha parte, até me
emociono. Tenho a sensação de ser acolhido pelo seu abraço carinhoso.
Não tem mansão que
substitua a emoção de entrar e ser acolhido por um afetuoso abraço da minha
pequena casa.
Dei-lhe o nome de
FELICIDDE.
Pedro Parente
10/05/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário