BAR
DA Dª ESTER
Em 1970 quando deixei o
Rio de Janeiro e vim morar definitivamente em São João del-Rei, fui trabalhar
numa fábrica de tecidos de grande porte.
Logo fiz amizade com meus
companheiros de escritório. Todas excelentes pessoas, entre eles tornou-se meu
companheiro inseparável o contador chamado Dudu que tínhamos a mesma idade e os
mesmos defeitos, entre eles de gostar de uma boa pinga.
Para nossa alegria, em
baixo do escritório, havia o bar da Dª Ester. Uma senhora simpática de sorriso
fácil, gentil que com suas filhas trabalhavam arduamente para ganhar o suado
pão de cada dia.
Sempre tive uma grande
atração por bar, onde tudo se discute e nada se resolve, assim sendo, claro que
me tornei frequentador assíduo. Sempre muito bem tratado com alegria e os
saborosos tira-gostos feitos ali, quentinhos, na hora.
Certo dia estávamos na
nossa mesinha numa conversa animada, quando entrou um cidadão conhecido nosso
que estava fazendo sucesso no futebol, vestindo uma roupa estravagante, relógio
de pulso, cordão de ouro e já arrastando uma certa marra.
Nos cumprimentou,
encostou-se no balcão e falou:
- DONA ESTEU ME DÁ UM
ROLABEL!
Fez-se silêncio sepulcral
em nossa mesa e uma grande interrogação para a pedido do rapaz.
Que será?
Prontamente Dª Ester foi
lá para dentro e nós ficamos na expectativa.
Pensei com meus botões:
- Dª Ester é moradora
antiga e já conhece o dialeto do freguês!
Finalmente ela vem lá de
dentro empunhando uma garrafa do uísque ROYAL LABEL.
Solucionado o enigma, nos
entreolhamos num sorriso maroto enquanto o Dudu com a boca cheia de cerveja,
engasgou-se e explodiu numa chuveirada de Brahma na turma.
Fecha a conta!
01/06/2020
Pedro Parente
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