REFLEXÕES.
No atual confinamento,
sem muitas opções dentro de casa, a não ser visitas mais frequentes a cozinha
num exercício mórbido para aumentar a circunferência abdominal, me ponho a
pensar transportando algumas reflexões para o papel a quatro mãos com minha
solidão.
Apesar da monotonia os
dias passam céleres como se os ponteiros do relógio virassem pás de ventilador.
Hoje é sábado.
Não percebo mais a
chegada dele pois acabaram-se as sextas feiras dia consagrado ao deus Baco
protetor dos boêmios embriagados pela volúpia do prazer da bebida, do amor e da
alegria aos quais me incluo.
Com minha idade provecta
e ameaçado por uma pandemia devastadora, meu futuro é cada dia mais o presente,
isto é, meu futuro é hoje pois a areia da parte superior da minha ampulheta,
está se esgotando.
Peço licença aos meus
amigos para dividir seus ombros e repousar minha cabeça num abraço conivente de
tempos felizes vividos em suas companhias.
Hoje faz parte da minha
rotina, antes do almoço junto com minha amiga inseparável, sorvê-la lentamente
em “pequenas dozes repetidas vezes” como dizia meu amigo Carlinhos Aguiar.
Vou caminhando consciente
e resignadamente rumo ao cadafalso inevitável pelos “morituri”.
Ates, porém, dedico a vocês
um brinde com a taça da minha companheira neste meu ritual diário.
Tim tim!
27/06/2020
Pedro Parente
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