sexta-feira, 29 de abril de 2022

NAUFRÁGIO DO BAEPENDI

 NAUFRÁGIO DO BAEPENDI

O paquete Baependi (Baependy) foi um navio brasileiro de carga e de passageiros, afundado, na noite do dia 15 de agosto de 1942, pelo submarino alemão U-507, no litoral do estado de Sergipe. Foi o décimo sexto navio brasileiro a ser atacado (o décimo quinto naquele ano), e o seu torpedeamento consistiu, até então, na maior tragédia brasileira na Segunda Guerra Mundial, com 270 mortos, sendo superado nessa estatística apenas pelo afundamento do cruzador Bahia, em 1945, no qual morreram cerca de 340 homens. (Wikipédia).

O Brasil relutava em entrar na 2ª Guerra junto aos Estadunidenses. O torpedeamento do Baependi foi a gota d’água e então Getúlio Vargas declarou guerra a Alemanha.

Embora os registros e documentos da Marinha brasileira afirmem e identifiquem o submarino agressor como alemão, havia controvérsia de que os ataques partiram de naves norte americanas com o intuito de provocar nossa ira.

Certo dia no Rio de Janeiro, peguei um coletivo para ir ao trabalho e sentei-me ao lado de um cidadão maduro deficiente das pernas.

Puxou conversa comigo e percebi que era um homem do mar muito ressentido. 

Contou-me sua história.

Era sobrevivente do naufrágio do Baependi onde trabalhava como tripulante. Bastante veemente relatou que na hora fatídica com o navio indo a pique o submarino algoz emergiu e ele pode identificar que era dos Estados Unidos. Os marinheiros armados de metralhadoras fuzilavam os sobreviventes que se afogavam. 

As ordens de comando dos oficias para os soldados no tombadilho do submarino eram ditas na língua inglesa.

Ele salvou-se em uma barrica de madeira que passou despercebida pelos olhares dos assassinos de guerra.

Salvou-se pela correnteza que o levou à uma praia, porém perdeu o movimento das pernas que ficaram atrofiadas.

Na minha fraca memória, tenho esmaecida sua silhueta humilde, porém nem seu nome recordo.

Guardo esta história daquele velho “Lobo do Mar”.

29/042022

Pedro Parente.



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