INCRÍVEL - Estando aposentado e procurando algo para matar o tempo,
ontem dei asas ao ócio ligando a televisão na TV JUSTIÇA. Estava sendo
julgado um simples rito processual, coisa corriqueira, que no boteco se
resolveria em minutos. No caso aquela sessão durou treze horas.
Assisti ali um desfile de vaidades a começar pelo palavrório sofisticado e prolixo.
Hermenêutica, semântica, exegese eram palavras corriqueiras naqueles senhores empertigados como arautos da Lei e da ética.
Suas fantasias de morcego devem ser de tecidos da melhor qualidade
confeccionada pelo alfaiate do rei, num preço que o salário de um
trabalhador não compra um pedaço sequer.
Um deles com uma cabeleira
bizarra esforçava-se na eloquência; outro é gêmeo de um comediante,
empresário e feitor de jagunços na sua terra natal; a presidente ao
invés de avião, deveria usar uma vassoura para se locomover; outro,
ex-advogado do PCC; outro, morador da casa do Cacciola. Enfim, a
"Escolinha do Professor Raimundo" do inesquecível Chico Anysio era mais
autêntica e sincera.
Isso tudo a um custo absurdo. Honorários de 11
ministros, técnicos, auxiliares e toda aquela parafernália do teatro
mambembe sendo pago pelos contribuintes.
Para votar SIM ou NÃO cada um gasta inúmeras laudas de papel e as lêem caprichando na impostação da voz.
Nessa perda perdulária de tempo, inúmeros processos são arquivados por
decurso de prazo, isto é, por falta de julgamento prejudicando as partes
litigantes.
O que mais me causou surpresa é que em momento algum falou-se do crime e do criminoso. É irrelevante!
"QUOUSQUE TANDEM CATILINA ABULTERE PATIENTIA NOSTRA!"
Pedro Parente
12/10/17
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