segunda-feira, 13 de abril de 2020

CONTO DA CAROCHINHA


CONTO DA CAROCHINHA

Naquele tempo, na aldeia do Leblon no nosso querido Edifício dos Jornalistas no Jardim de Alah, havia uma galera enorme de jovens de todos os tipos de personalidade.
Entre eles, tinha um que era calmo, reservado de poucas palavras, boa pinta e de muita sorte com as moças. Nem tão moças, nem tão velhas o rapaz sempre tinha uma atenção especial que dedicava a elas.
Num domingo a tarde, daqueles que convidam à depressão e à ressaca moral, nosso amigo que estava “chutando lata” vagando pelo canal rumo à praia foi parar sentado em um daqueles bancos tradicionais da orla marítima.
Ficou ali quieto durante algum tempo assistindo o movimento de carros e Lambretas fazendo o “corso”.
Eis que de repente, passa um automóvel Mercedes com o motorista de quepe e luvas brancas e no banco traseiro uma linda passageira solitária.
Passou muito lentamente olhou sorrindo para o rapaz que lhe retribuiu o sorriso e seguiu.
Minutos depois volta o carro desta vez parando em frente ao nosso amigo.
A moça desceu, sentou-se a seu lado entabularam uma conversa amistosa e pediu que ele a acompanhasse.
Prontamente atendeu
Daí por diante, todo final de semana, vinha um avião do Paraguai busca-lo para o fim de semana em terras guarani, pois tratava-se da filha de um general ligado aquele governo.
Com inveja, passei a sentar-me no ditoso banco na esperança de um repeteco.
“Ledo engano!”.
Nenhuma moça nem de bicicleta que me olhasse.
Desilusão de um conquistador barato.
13/04/2020
Pedro Parente

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