Naquele tempo, na volta dum "inferninho" em Copacabana, cheguei em casa no B2 904 na alta madrugada junto com Wandick amigo de fé.
Minha tia não estava em casa e veio um misto de ressaca com porre e a deprê tomou conta de mim.
Comecei a contar as pulsações. Cada vez que contava aumentava a taquicardia.
Quando chegou a 140 batimentos por minuto, lembrei-me do meu vizinho Dr José Moraes, morador do 7º andar (?).
Bati em sua porta e me atendeu prontamente. Pelo o avançado da hora até me assustei com a presteza.
- Dr estou morrendo! Minha pulsação está a mil!
Comigo você não morre!
Logo percebi que ele estava mais tonto do que eu.
Aí botei fé. Seja o que Deus quiser!
-Deita aí! E me apontou um sofá.
-Respira fundo, tampa o nariz e força soltar a respiração!
Sem muita convicção atendi ao procedimento.
Na terceira vez mandou que eu contasse o pulso. Para minha surpresa 82 pulsações!
-Muito obrigado doutor, quanto custa?
-Você não vai embora sem tomar uma cachaça que trouxe do E. Santo!
Eu queria morrer.
Com receio de cometer uma lambança, joguei a malvada na goela para não dar retorno.
-Gostou? Toma mais uma!
Virou festa!
Com o dia já clareando me despedi morrendo de rir já esquecido que há pouco estava no fundo do poço. Aflito!
Cachaça faz coisas incríveis!
Doutor José Moraes onde estiver minha saudade e o meu respeito.
30/04/20
Pedro Parente
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