EM NOME DO PROGRESSO.
Quando comprei o terreno onde construí minha casa, achei que havia acertado com a escolha do local.
Terreno de meia-encosta onde havia apenas capim brabo, cascalho, cercado com arame farpado surrado e enferrujado pelas intempéries.
Na frente, uma mata fresca, uma estradinha de terra, serventia de algumas reses que transitavam à procura de pasto e alguns raros automotivos.
O tesouro do terreno é uma cisterna que comporta setenta mil litros d’agua potável produzida por três nascentes naturais que já encontrei e foi incluída na compra.
Pois bem, nesse ambiente bucólico, comecei a urbanizar o local para construir minha casa que depois de alguns anos conclui.
O tempo passa e com ele vem o progresso avassalador que não olha onde pisa.
Asfaltaram a estradinha que virou avenida e a mata exuberante que existia foi derrubada para dar lugar ao concreto de um condomínio de luxo. Onde os semoventes caminhavam preguiçosamente, transformou-se em pista de corrida para carros e motos desafiarem as leis de trânsito abusando do excesso de velocidade expondo a vida em risco de pedestres desatentos, pois ali não tem meio-fio.
Em frente ao portão da minha casa, construíram uma rotatória de mau gosto e super dimensionada privilegiando a entrada do condomínio. Estreitaram a pista e o que era avenida virou rua.
Há algum tempo, um automóvel de alto custo dirigido por um jovem milionário atropelou a rotatória em alta velocidade. Voou e caiu do outro lado com muitas avarias no bólido. Felizmente era de madrugada e a cidade dormia.
Antes que seja tarde alguma providência tem que ser tomada. Ou se refaz o projeto da rotatória ou se coloque um redutor eletrônico de velocidade.
Não quebra-molas que ajudam a punir aqueles que trafegam dentro da lei danificando seus veículos.
Esta é minha visão que compartilho com meus amigos.
08/02/2023
Pedro Parente
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