sexta-feira, 16 de agosto de 2024

NAVIO DE MOSQUEIRO

    MOSQUEIRO


Não sei mais como é hoje. 

No meu tempo de colegial havia férias escolares em julho e final do ano, dezembro e janeiro. Sendo daqueles alunos que procuram a última fila de carteiras nas salas de aula adorava ficar o dia inteiro na praia por conta “do à toa”.

Por doença do meu irmão, meu pai fora aconselhado pelo médico da família que fosse para praia. Foi construído um chalé de madeira avarandado em frente à Praia Grande na Ilha de Mosqueiro o balneário escolhido por veranistas endinheirados que exploravam a borracha e o cacau da Amazônia.

O transporte era feito de navio Mamãe saia de casa somente nesse dia ou para alguma procissão. 

Coitada!

Tinha que levar tudo, até as panelas e o fogão, pois se deixássemos lá não encontraríamos nada. 

O que era colônia de pescadores transformava-se em colônia de pecadores, ladrõezinhos descuidistas.

As férias do meu pai não coincidiam com as nossas Eu tinha pena dele. Chegava no navio diariamente no início da noite e as cinco horas tinha que estar no ponto do micro ônibus que corria a ilha pegando os passageiros que iam para Belém.

Não faltava um só dia!

16/08/2024

Pedro Parente

 








   MOSQUEIRO

Não sei mais como é hoje.

No meu tempo de colegial havia férias escolares em julho e final do ano, dezembro e janeiro. Sendo daqueles alunos que procuram a última fila de carteiras nas salas de aula adorava ficar o dia inteiro na praia por conta “do à toa”.

Por doença do meu irmão, meu pai fora aconselhado pelo médico da família que fosse para praia. Foi construído um chalé de madeira avarandado em frente à Praia Grande na Ilha de Mosqueiro o balneário escolhido por veranistas endinheirados que exploravam a borracha e o cacau da Amazônia.

O transporte era feito de navio Mamãe saia de casa somente nesse dia ou para alguma procissão.

Coitada!

Tinha que levar tudo, até as panelas e o fogão, pois se deixássemos lá não encontraríamos nada.

O que era colônia de pescadores transformava-se em colônia de pecadores, ladrõezinhos descuidistas.

As férias do meu pai não coincidiam com as nossas Eu tinha pena dele. Chegava no navio diariamente no início da noite e as cinco horas tinha que estar no ponto do micro ônibus que corria a ilha pegando os passageiros que iam para Belém.

Não faltava um só dia!

16/08/2024

Pedro Parente

 

 

 

 

 

 


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