AVENTURA PRAIANA
Sem distinção e sem preconceito nossa
turma na praia possuía todos os matizes, negros e brancos; ricos e remediados;
jovens e maduros.
Só alegria!
Algumas vezes uma “arengação” (desentendimento),
porém só durava até a descida do chope gelado do Clipper goela abaixo.
Vivíamos em harmonia e uma convivência
pacífica respeitando-se ideias e opiniões divergentes.
Nesse clima de alegria, a cada minuto uma conversa
inventando uma nova aventura.
Certo dia, conforme combinado no final de
semana anterior, alguns ousados e destemidos “marujos” que tinham domínio sobre
o mar chegaram a praia carregando câmaras de ar de pneu de caminhão devidamente
calibradas no Posto do Paulinho na esquina do canal do Jardim de Alah.
Eram uns dez rapazes. Lançaram-se ao mar
que naquele dia estava calmo rumo às Ilhas Cagarras. Todas de pedra e distante
cinco quilômetros da praia do Leblon. Não dá para descansar, pois não tem praia.
A correnteza é muito forte. Ali faleceu o técnico do Flamengo Cap. Cláudio
Coutinho praticando pesca submarina.
Nossos intrépidos marinheiros não tendo como
descer, resolveram voltar pois a sede já começara a fazer efeito e os
imprevidentes não levaram água de beber.
De repente de uma hora para outra, “o
tempo virou”. Na linguagem praiana significa que mudou para pior.
As dificuldades aumentaram. O vento
sudoeste entrou contudo transformando a aventura num pesadelo.
Uma das boias furou sobrecarregando aquela
que restou. Fizeram revezamento. Enquanto uns nadavam outros descansavam na boia.
As coisas ficaram difíceis e o cansaço tomou conta dos rapazes.
A salvação é que o vento sudoeste sopra em
direção ao litoral ali naquele ponto, assim sendo ajudou a empurrá-los na direção
da praia.
Conseguiram chegar extenuados na praia já
vazia pela ação do vento.
Todos salvos!
No dia seguinte, depois do susto, só
comentários. Alguns riam e outros ainda com taquicardia.
Não houve “segunda vez”!
25/06/2024
Pedro Parente
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