terça-feira, 25 de junho de 2024

AVENTURA PRAIANA

 

AVENTURA PRAIANA

Sem distinção e sem preconceito nossa turma na praia possuía todos os matizes, negros e brancos; ricos e remediados; jovens e maduros.

Só alegria!

Algumas vezes uma “arengação” (desentendimento), porém só durava até a descida do chope gelado do Clipper goela abaixo.

Vivíamos em harmonia e uma convivência pacífica respeitando-se ideias e opiniões divergentes.

Nesse clima de alegria, a cada minuto uma conversa inventando uma nova aventura.

Certo dia, conforme combinado no final de semana anterior, alguns ousados e destemidos “marujos” que tinham domínio sobre o mar chegaram a praia carregando câmaras de ar de pneu de caminhão devidamente calibradas no Posto do Paulinho na esquina do canal do Jardim de Alah.

Eram uns dez rapazes. Lançaram-se ao mar que naquele dia estava calmo rumo às Ilhas Cagarras. Todas de pedra e distante cinco quilômetros da praia do Leblon. Não dá para descansar, pois não tem praia. A correnteza é muito forte. Ali faleceu o técnico do Flamengo Cap. Cláudio Coutinho praticando pesca submarina.

Nossos intrépidos marinheiros não tendo como descer, resolveram voltar pois a sede já começara a fazer efeito e os imprevidentes não levaram água de beber.

De repente de uma hora para outra, “o tempo virou”. Na linguagem praiana significa que mudou para pior.

As dificuldades aumentaram. O vento sudoeste entrou contudo transformando a aventura num pesadelo.

Uma das boias furou sobrecarregando aquela que restou. Fizeram revezamento. Enquanto uns nadavam outros descansavam na boia. As coisas ficaram difíceis e o cansaço tomou conta dos rapazes.

A salvação é que o vento sudoeste sopra em direção ao litoral ali naquele ponto, assim sendo ajudou a empurrá-los na direção da praia.

Conseguiram chegar extenuados na praia já vazia pela ação do vento.

Todos salvos!

No dia seguinte, depois do susto, só comentários. Alguns riam e outros ainda com taquicardia.

Não houve “segunda vez”!

25/06/2024

Pedro Parente

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